AMIGOS

Terreiro de Caminha

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

MAUS HÁBITOS! JANEIRO 2008







Meus amigos, venho hoje falar-vos de maus hábitos. 
Todos nos deparamos diariamente com inúmeros maus hábitos que muitos usam e abusam como se fossem as coisas mais naturais do mundo.
Seriam muitos, mas quero falar de dois ou três em particular e que me incomodam tremendamente.
Frequentemente encontramos pessoas de pastilha elástica na boca, mastigando com a maior das naturalidades, falando com uns e com outros, de boca aberta como se isso fosse uma situação comum e normal. Nada tenho contra as pastilhas elásticas e cada um usá-las-à como entender, o que penso é que um pouco de educação não faria mal nenhum quando as mesmas são “mastigadas” em qualquer lugar e em qualquer circunstância, até mesmo no trabalho, quando se trata de atender público. No meu caso, delas não faço uso pois o meu médico proibiu-me de as mastigar por razões que se prendem com a minha dieta. 
Outro mau hábito que já foi meu, e por isso contra mim falo, é o mau vicio do “cigarrito” na mão ou no canto da boca, em qualquer lugar e em qualquer circunstância , sem qualquer respeito pelos outros que não fazem do tabaco um prazer. Nova legislação entrou já em vigor e por mim nada tenho contra quem fuma, eu já o fiz anos a fio, mas faziam falta realmente regras que nos ponham a salvo de quem não nos respeita. Talvez até venham impregnadas de rigor, mas se calhar não haveria outro jeito de as pôr em prática. Para mim já não me fazem falta porque decidi sozinho e não com a ajuda de nenhum medicamento, deixar de fumar e hoje nem disso me lembro.
Por fim quero-vos falar daquele que me levou a escrever este breve texto: o uso de auriculares!
Provavelmente muitos de vós já se deparou com esta situação. Quem já não se confrontou com os nossos jovens e até com alguns menos jovens, de pequenos auscultadores nas orelhas ouvindo música em todo e qualquer lugar?
Aparentemente, nada tenho a ver com este hábito, mas quando quero falar com o meu filho e ele não me responde porque está a ouvir música, as coisas começam a complicar-se. Não é o facto de ele ouvir música que me incomoda. O que me incomoda é quando me lembro que os “headphones” estão sistematicamente colocados mesmo quando andam na rua e têm de as atravessar. Ora se ele não me ouve quando o chamo, como poderá ouvir um carro que lhe "buzine" para o avisar da sua passagem? Mau hábito este que me esforço por corrigir, mas que parece veio para ficar. E já nem falo no perigo que representará para a saúde este terrível costume.
Acresce ainda que até na condução muitos os usam, mesmo sendo proibidos. Até os pequenos auriculares dos telemóveis, que embora sejam colocados numa só orelha, privarão os seus utilizadores certamente de uma correcta condução, pondo em perigo as suas vidas e a dos outros. Não sou um exemplo de cumpridor de todas as regras, mas vou-me esforçando por corrigir aquilo que me parece incorrecto e um MAU HÁBITO.


António Inglês

HARMONIAS FAMILIARES! MAIO DE 2008




A 27 de Maio de 2008 publiquei este artigo e penso que se mantém actual no seio de muitas famílias.

Numa destas tardes, dei comigo a pensar na família e em como as coisas se passam de forma tão harmoniosa no seu seio. Sempre tive para mim que o consenso é meio caminho andado para o êxito de qualquer projecto, embora não dispense uma discussão prévia da matéria em apreciação. Ao longo dos anos, pela vivência comum, acabamos por nos habituar uns aos outros e quase já pensamos todos da mesma maneira pelo que é fácil encontrar sintonia de opiniões que nos permitem levar a vida com uma perna às costas.
E se divergências existirem, havendo amizade, companheirismo e convergência de interesses, acabamos por chegar ao entendimento. É assim nas empresas e é assim na família. Por isso deixo-vos esta pequena experiência sobre muitas situações que se deparam aos membros de uma família, neste caso, mulher, marido e filho, no dia a dia. Poderia ter optado por uma família mais numerosa mas aí, as coisas tornar-se-iam mais complicadas e assim fiquei-me por um agregado familiar mais reduzido.
Vejamos então.
Ao acordar.
Ela:
- Bom dia querido!
Ele:
- Bom dia, onde raio estão os meus chinelos?
O filho:
- Vocês precisam de falar a gritar????
Ao sair para os trabalho.
Ela:
- Vou só dar um jeito ao cabelo e saio já!
Ele:
- Não sei que fazes tu logo pela manhã que demoras sempre tanto...
O filho:
. Quando estiverem prontos... chamam-me...
No carro.
Ela:
- Precisas de ir tão depressa?
Ele:
- Quem vai ao volante sou eu, ok?
O filho:
- Pai, olha as horas!
No restaurante.
Ela:
- Está-me a apetecer um peixinho.
Ele
- Que pena não haver cozido...
O filho:
- Para mim é picanha!
No emprego.
Ela:
- Bom dia a todos.
Ele:
- Bolas, nunca mais chega a reforma!
O filho:
- É malta!
Numa ida às compras.
Ela:
- Pronto, agora já sei onde vamos às compras porque já me confrontei com os preços.
Ele:
- Tínhamos mesmo de andar a passear pelos Supermercados todos? O que gastei em gasóleo dava para comprar um pouco mais caro e mais perto de casa, não?
O filho.
- Tenho de andar com vocês às compras?
Numa tarde de domingo.
Ela:
-Não vamos dar uma voltinha?
Ele:
- Apetece-te mesmo sair?
O filho:
-Vou sair com a malta, posso?
Numa ida ao cinema
Ela:
- Podíamos ir ver um filme romântico...
Ele:
- Ora, romantismo a esta hora? Vamos é ver uma comédia!
O filho:
- Sempre as mesmas tretas, quando é que vamos ver um filme de acção?
Ao jantar.
Ela:
- Onde jantam vocês? Não vêm à mesa?
Ele:
- Janto em frente ao televisor que quero ver a bola.
O filho:
- Ó mãe, eu janto em frente ao computador, que estou a falar com uns colegas...
Escolhendo o canal de televisão.
Ela: 
- Podes pôr na quatro por causa das novelas?
Ele:
- Vai ver no escritório porque nesta estou a ver a bola!
O filho:
- Nunca se consegue ver a SIC Radical cá em casa....
Ao deitar
Ela:
- Não podes apagar a luz?
Ele:
- Ainda não, tenho de acabar de ler este livro!
O filho:
- Chamaram-me?
...... responde o pai lá do quarto aos berros:
- Ninguém te chamou, apaga a luz e dorme que amanhã tens de te levantar cedo!!!
O filho cumpre, ele lê o resto do seu livro e ela adormece enroscada a ele, mesmo de luz acesa.
Estas situações são absolutamente virtuais, e a família foi escolhida entre tantas que sofrem os efeitos da subida do custo de vida actual, mas sabem uma coisa? No fim de contas tudo acaba por se compor e em bem e fico com a sensação de que quando assim não é... algo estará errado. Ou estarei enganado?
Um abraço a todos!

António Inglês

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

EU APENAS EU





Hoje escrevo para mim
Não procuro as palmas
Não quero um palco meu
Nem agradecimentos
Nem parabéns
Sou eu apenas eu.
Hoje escrevo para mim
Sinto as palavras só minhas
Saem do peito como lanças
No silêncio do escritório
Em perfeita sintonia
Entre o espírito e a alma
Hoje escrevo para mim
Sem gritos nem pressas
Sem lamurias 
Nem queixumes
Indiferente ao que se passa 
Para lá daquela porta
Hoje escrevo para mim
Quero ser eu a reler
As palavras que ficaram
Embrulhadas num soluço
E amanhã saberei 
Se escrevi ou foi apenas sonho. 

António Inglês
Outubro 2007.

BONS AMIGOS!






Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora para consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direcção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Machado de Assis

Foto da Net

António Inglês


TU SABIAS PAI!






QUANTA RAZÃO TINHAS PAI
MAS EU NÃO QUERIA VER
PENSAVA QUE A RAZÃO ERA MINHA
MAS HOJE SEI QUE TU SABIAS PAI.


PERDOA-ME POR NÃO TER SIDO
COMO TU GOSTARIAS QUE EU FOSSE
PERDOA-ME POR NÃO TER SABIDO
ENTENDER A TUA MENSAGEM

SEI QUE LÁ ONDE ESTÁS
JÁ ME DESTE O TEU PERDÃO
E ABENÇOAS TODOS OS DIAS
QUEM APRENDEU A SER HOMEM

E COMO TU
VAI TENTANDO SER 
AQUILO QUE ME ENSINASTE
SER PAI!

ESTAMOS TÃO PERTO PAI
BASTA QUE ESTENDAS A MÃO
E VERÁS COMO A DISTÂNCIA
NÃO EXISTE ENTRE NÓS PAI

QUANTA SAUDADE EU TENHO PAI
DOS RASPANETES QUE ME DESTE
DAS ZANGAS E CONSELHOS
QUE ME AJUDARAM A CRESCER PAI.

OBRIGADO PAI!

António Inglês

MEMÓRIAS DE AFIFE DOS MEUS TEMPOS DE FÉRIAS





ABRAM A JANELA. QUERO VER O MAR!


De férias pelo Alto Minho, nessa lindíssima região que tanto fascínio me provoca, deixei-me levar durante alguns minutos (muitos) pela saudade. 
De olhos postos no mar de Afife, não foi fácil arrancar-me dali porque a memória se agarrou àquela areia. 
A alma ficou-me enfeitiçada pelo rebentar das ondas, que meigamente abraçam os rochedos e os sentidos rendidos ao aroma que o sargaço teima em me oferecer.
Recuei no tempo e fiquei paralisado de olhos fixos no MAR cujo efeito hipnotizador me permite viajar pelo tempo em poucos segundos.
Ao contemplar a saudosa imaginação por entre as dunas de Afife, percebi que o meu destino está definitivamente ligado ao mar. Não a um mar qualquer, mas àquele mar da minha praia de menino onde tantas aventuras, tantas promessas, tantas paixões marcaram a sua época.
Quando a hora chegar, quero dizer o mesmo que Rosália de Castro disse ao ver a morte aproximar-se:


“ABRAM A JANELA. QUERO VER O MAR!”


António Inglês

domingo, 24 de janeiro de 2016

NOVO PRESIDENTE DA REPÚBLICA PORTUGUESA








ROMEIRO ROMEIRO, QUEM ÉS TU?

NINGUÉM! 

Exactamente, ninguém e é nessa qualidade que aqui me apresento a deixar os meus parabéns pela eleição para Presidente da República Portuguesa ao Professor Marcelo Rebelo de Sousa.
Dirijo-me a si Professor Marcelo, para lhe dizer muito claramente que não foi com o meu voto que foi eleito, mas se a maioria dos portugueses que votaram o elegeu, então só tenho de respeitar essa decisão e aceitá-lo como Presidente da República.
Durante muitos anos habituei-me a vê-lo no ecrã, saltitando de umas televisões para as outras, na qualidade de comentador, sempre com aquela sua calma e com o traquejo de um professor habituado a falar e a comunicar com seus alunos. Os muitos anos que por lá andou ajudaram também a essa performance invejável de comunicar e cativar muitos portugueses.
Nos primeiros anos, confesso que me apaixonou essa sua forma de me entrar em casa, mas os tempos mostraram-me que afinal ela não era tão eloquente que me fizesse continuar a gostar de o ouvir.
As suas opiniões, sempre na ponta da língua, com leituras fáceis de derivar quer para a esquerda quer para a direita, sempre conhecedor de tudo e todos os temas, cansou-me. Foi por isso, que deixei de o ouvir e invariavelmente mudava de canal sempre que por lá o encontrava.
Os livros, Professor, os livros, aqueles que o senhor passou a apresentar de cada vez que nos entrava casa, esses percebo hoje que afinal eram dos seus amigos, ou dos seus conhecidos e bem senti isso na pele. Custou-nos cinco exemplares mas mesmo assim nunca apareceram. E eram obra de muitos e muitos cidadãos que com sacrifício se empenharam para que fosse editado. E pediram-lhe ajuda, pediram-lhe para que o tornasse ainda mais conhecido que a obra merecia. Em vão. Todos nos esquecemos que não éramos seus amigos, nem consigo privávamos de perto, nem tínhamos interesses comuns.
Foi apenas mais uma forma de me convencer que o sr. Professor não me servia para Presidente da República. Mas a vida não decorre de factos que rodeiam a minha vida, decorre dos factos que decorrem na vida de todos os cidadãos. E se eles o elegeram, então a partir de hoje, o senhor é o meu Presidente.
Não acredito na verdadeira matriz desta vitória, desde logo porque o Professor andou anos a tirar partido das suas conversas em família, quiçá com este fito, quem sabe. Todos os outros que se lhe opuseram nem de longe nem de perto tiveram as mesmas oportunidades.
A culpa nem é sua, como também não foi com a eleição de Cavaco Silva. Ninguém tem culpa que os portugueses se desinteressem desta votação que, pensam eles, não tem significado nenhum. Acho que estão enganados mas isso pouco lhes importa. Tanto lhes faz ter  um professor/comentador como Presidente da República ou um qualquer calceteiro sem desprimor da actividade (muito digna) de um Tino de Rãns que até teve um resultado muito interessante. Vejam bem, quando um povo deixa nas urnas o seu sentido de voto desta maneira, acho que está tudo dito.
Continuo a não ter um presidente que foi eleito com o meu voto mas é o meu Presidente. PARABÉNS PROFESSOR MARCELO, espero que saiba dignificar o lugar e apresentar-se equidistante de todos os quadrantes políticos, sem perder de vista os verdadeiros interesses dos portugueses, não de alguns portugueses.

António Inglês