AMIGOS

Terreiro de Caminha

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

MAUS HÁBITOS! JANEIRO 2008







Meus amigos, venho hoje falar-vos de maus hábitos. 
Todos nos deparamos diariamente com inúmeros maus hábitos que muitos usam e abusam como se fossem as coisas mais naturais do mundo.
Seriam muitos, mas quero falar de dois ou três em particular e que me incomodam tremendamente.
Frequentemente encontramos pessoas de pastilha elástica na boca, mastigando com a maior das naturalidades, falando com uns e com outros, de boca aberta como se isso fosse uma situação comum e normal. Nada tenho contra as pastilhas elásticas e cada um usá-las-à como entender, o que penso é que um pouco de educação não faria mal nenhum quando as mesmas são “mastigadas” em qualquer lugar e em qualquer circunstância, até mesmo no trabalho, quando se trata de atender público. No meu caso, delas não faço uso pois o meu médico proibiu-me de as mastigar por razões que se prendem com a minha dieta. 
Outro mau hábito que já foi meu, e por isso contra mim falo, é o mau vicio do “cigarrito” na mão ou no canto da boca, em qualquer lugar e em qualquer circunstância , sem qualquer respeito pelos outros que não fazem do tabaco um prazer. Nova legislação entrou já em vigor e por mim nada tenho contra quem fuma, eu já o fiz anos a fio, mas faziam falta realmente regras que nos ponham a salvo de quem não nos respeita. Talvez até venham impregnadas de rigor, mas se calhar não haveria outro jeito de as pôr em prática. Para mim já não me fazem falta porque decidi sozinho e não com a ajuda de nenhum medicamento, deixar de fumar e hoje nem disso me lembro.
Por fim quero-vos falar daquele que me levou a escrever este breve texto: o uso de auriculares!
Provavelmente muitos de vós já se deparou com esta situação. Quem já não se confrontou com os nossos jovens e até com alguns menos jovens, de pequenos auscultadores nas orelhas ouvindo música em todo e qualquer lugar?
Aparentemente, nada tenho a ver com este hábito, mas quando quero falar com o meu filho e ele não me responde porque está a ouvir música, as coisas começam a complicar-se. Não é o facto de ele ouvir música que me incomoda. O que me incomoda é quando me lembro que os “headphones” estão sistematicamente colocados mesmo quando andam na rua e têm de as atravessar. Ora se ele não me ouve quando o chamo, como poderá ouvir um carro que lhe "buzine" para o avisar da sua passagem? Mau hábito este que me esforço por corrigir, mas que parece veio para ficar. E já nem falo no perigo que representará para a saúde este terrível costume.
Acresce ainda que até na condução muitos os usam, mesmo sendo proibidos. Até os pequenos auriculares dos telemóveis, que embora sejam colocados numa só orelha, privarão os seus utilizadores certamente de uma correcta condução, pondo em perigo as suas vidas e a dos outros. Não sou um exemplo de cumpridor de todas as regras, mas vou-me esforçando por corrigir aquilo que me parece incorrecto e um MAU HÁBITO.


António Inglês

HARMONIAS FAMILIARES! MAIO DE 2008




A 27 de Maio de 2008 publiquei este artigo e penso que se mantém actual no seio de muitas famílias.

Numa destas tardes, dei comigo a pensar na família e em como as coisas se passam de forma tão harmoniosa no seu seio. Sempre tive para mim que o consenso é meio caminho andado para o êxito de qualquer projecto, embora não dispense uma discussão prévia da matéria em apreciação. Ao longo dos anos, pela vivência comum, acabamos por nos habituar uns aos outros e quase já pensamos todos da mesma maneira pelo que é fácil encontrar sintonia de opiniões que nos permitem levar a vida com uma perna às costas.
E se divergências existirem, havendo amizade, companheirismo e convergência de interesses, acabamos por chegar ao entendimento. É assim nas empresas e é assim na família. Por isso deixo-vos esta pequena experiência sobre muitas situações que se deparam aos membros de uma família, neste caso, mulher, marido e filho, no dia a dia. Poderia ter optado por uma família mais numerosa mas aí, as coisas tornar-se-iam mais complicadas e assim fiquei-me por um agregado familiar mais reduzido.
Vejamos então.
Ao acordar.
Ela:
- Bom dia querido!
Ele:
- Bom dia, onde raio estão os meus chinelos?
O filho:
- Vocês precisam de falar a gritar????
Ao sair para os trabalho.
Ela:
- Vou só dar um jeito ao cabelo e saio já!
Ele:
- Não sei que fazes tu logo pela manhã que demoras sempre tanto...
O filho:
. Quando estiverem prontos... chamam-me...
No carro.
Ela:
- Precisas de ir tão depressa?
Ele:
- Quem vai ao volante sou eu, ok?
O filho:
- Pai, olha as horas!
No restaurante.
Ela:
- Está-me a apetecer um peixinho.
Ele
- Que pena não haver cozido...
O filho:
- Para mim é picanha!
No emprego.
Ela:
- Bom dia a todos.
Ele:
- Bolas, nunca mais chega a reforma!
O filho:
- É malta!
Numa ida às compras.
Ela:
- Pronto, agora já sei onde vamos às compras porque já me confrontei com os preços.
Ele:
- Tínhamos mesmo de andar a passear pelos Supermercados todos? O que gastei em gasóleo dava para comprar um pouco mais caro e mais perto de casa, não?
O filho.
- Tenho de andar com vocês às compras?
Numa tarde de domingo.
Ela:
-Não vamos dar uma voltinha?
Ele:
- Apetece-te mesmo sair?
O filho:
-Vou sair com a malta, posso?
Numa ida ao cinema
Ela:
- Podíamos ir ver um filme romântico...
Ele:
- Ora, romantismo a esta hora? Vamos é ver uma comédia!
O filho:
- Sempre as mesmas tretas, quando é que vamos ver um filme de acção?
Ao jantar.
Ela:
- Onde jantam vocês? Não vêm à mesa?
Ele:
- Janto em frente ao televisor que quero ver a bola.
O filho:
- Ó mãe, eu janto em frente ao computador, que estou a falar com uns colegas...
Escolhendo o canal de televisão.
Ela: 
- Podes pôr na quatro por causa das novelas?
Ele:
- Vai ver no escritório porque nesta estou a ver a bola!
O filho:
- Nunca se consegue ver a SIC Radical cá em casa....
Ao deitar
Ela:
- Não podes apagar a luz?
Ele:
- Ainda não, tenho de acabar de ler este livro!
O filho:
- Chamaram-me?
...... responde o pai lá do quarto aos berros:
- Ninguém te chamou, apaga a luz e dorme que amanhã tens de te levantar cedo!!!
O filho cumpre, ele lê o resto do seu livro e ela adormece enroscada a ele, mesmo de luz acesa.
Estas situações são absolutamente virtuais, e a família foi escolhida entre tantas que sofrem os efeitos da subida do custo de vida actual, mas sabem uma coisa? No fim de contas tudo acaba por se compor e em bem e fico com a sensação de que quando assim não é... algo estará errado. Ou estarei enganado?
Um abraço a todos!

António Inglês

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

EU APENAS EU





Hoje escrevo para mim
Não procuro as palmas
Não quero um palco meu
Nem agradecimentos
Nem parabéns
Sou eu apenas eu.
Hoje escrevo para mim
Sinto as palavras só minhas
Saem do peito como lanças
No silêncio do escritório
Em perfeita sintonia
Entre o espírito e a alma
Hoje escrevo para mim
Sem gritos nem pressas
Sem lamurias 
Nem queixumes
Indiferente ao que se passa 
Para lá daquela porta
Hoje escrevo para mim
Quero ser eu a reler
As palavras que ficaram
Embrulhadas num soluço
E amanhã saberei 
Se escrevi ou foi apenas sonho. 

António Inglês
Outubro 2007.

BONS AMIGOS!






Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora para consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direcção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Machado de Assis

Foto da Net

António Inglês


TU SABIAS PAI!






QUANTA RAZÃO TINHAS PAI
MAS EU NÃO QUERIA VER
PENSAVA QUE A RAZÃO ERA MINHA
MAS HOJE SEI QUE TU SABIAS PAI.


PERDOA-ME POR NÃO TER SIDO
COMO TU GOSTARIAS QUE EU FOSSE
PERDOA-ME POR NÃO TER SABIDO
ENTENDER A TUA MENSAGEM

SEI QUE LÁ ONDE ESTÁS
JÁ ME DESTE O TEU PERDÃO
E ABENÇOAS TODOS OS DIAS
QUEM APRENDEU A SER HOMEM

E COMO TU
VAI TENTANDO SER 
AQUILO QUE ME ENSINASTE
SER PAI!

ESTAMOS TÃO PERTO PAI
BASTA QUE ESTENDAS A MÃO
E VERÁS COMO A DISTÂNCIA
NÃO EXISTE ENTRE NÓS PAI

QUANTA SAUDADE EU TENHO PAI
DOS RASPANETES QUE ME DESTE
DAS ZANGAS E CONSELHOS
QUE ME AJUDARAM A CRESCER PAI.

OBRIGADO PAI!

António Inglês

MEMÓRIAS DE AFIFE DOS MEUS TEMPOS DE FÉRIAS





ABRAM A JANELA. QUERO VER O MAR!


De férias pelo Alto Minho, nessa lindíssima região que tanto fascínio me provoca, deixei-me levar durante alguns minutos (muitos) pela saudade. 
De olhos postos no mar de Afife, não foi fácil arrancar-me dali porque a memória se agarrou àquela areia. 
A alma ficou-me enfeitiçada pelo rebentar das ondas, que meigamente abraçam os rochedos e os sentidos rendidos ao aroma que o sargaço teima em me oferecer.
Recuei no tempo e fiquei paralisado de olhos fixos no MAR cujo efeito hipnotizador me permite viajar pelo tempo em poucos segundos.
Ao contemplar a saudosa imaginação por entre as dunas de Afife, percebi que o meu destino está definitivamente ligado ao mar. Não a um mar qualquer, mas àquele mar da minha praia de menino onde tantas aventuras, tantas promessas, tantas paixões marcaram a sua época.
Quando a hora chegar, quero dizer o mesmo que Rosália de Castro disse ao ver a morte aproximar-se:


“ABRAM A JANELA. QUERO VER O MAR!”


António Inglês

domingo, 24 de janeiro de 2016

NOVO PRESIDENTE DA REPÚBLICA PORTUGUESA








ROMEIRO ROMEIRO, QUEM ÉS TU?

NINGUÉM! 

Exactamente, ninguém e é nessa qualidade que aqui me apresento a deixar os meus parabéns pela eleição para Presidente da República Portuguesa ao Professor Marcelo Rebelo de Sousa.
Dirijo-me a si Professor Marcelo, para lhe dizer muito claramente que não foi com o meu voto que foi eleito, mas se a maioria dos portugueses que votaram o elegeu, então só tenho de respeitar essa decisão e aceitá-lo como Presidente da República.
Durante muitos anos habituei-me a vê-lo no ecrã, saltitando de umas televisões para as outras, na qualidade de comentador, sempre com aquela sua calma e com o traquejo de um professor habituado a falar e a comunicar com seus alunos. Os muitos anos que por lá andou ajudaram também a essa performance invejável de comunicar e cativar muitos portugueses.
Nos primeiros anos, confesso que me apaixonou essa sua forma de me entrar em casa, mas os tempos mostraram-me que afinal ela não era tão eloquente que me fizesse continuar a gostar de o ouvir.
As suas opiniões, sempre na ponta da língua, com leituras fáceis de derivar quer para a esquerda quer para a direita, sempre conhecedor de tudo e todos os temas, cansou-me. Foi por isso, que deixei de o ouvir e invariavelmente mudava de canal sempre que por lá o encontrava.
Os livros, Professor, os livros, aqueles que o senhor passou a apresentar de cada vez que nos entrava casa, esses percebo hoje que afinal eram dos seus amigos, ou dos seus conhecidos e bem senti isso na pele. Custou-nos cinco exemplares mas mesmo assim nunca apareceram. E eram obra de muitos e muitos cidadãos que com sacrifício se empenharam para que fosse editado. E pediram-lhe ajuda, pediram-lhe para que o tornasse ainda mais conhecido que a obra merecia. Em vão. Todos nos esquecemos que não éramos seus amigos, nem consigo privávamos de perto, nem tínhamos interesses comuns.
Foi apenas mais uma forma de me convencer que o sr. Professor não me servia para Presidente da República. Mas a vida não decorre de factos que rodeiam a minha vida, decorre dos factos que decorrem na vida de todos os cidadãos. E se eles o elegeram, então a partir de hoje, o senhor é o meu Presidente.
Não acredito na verdadeira matriz desta vitória, desde logo porque o Professor andou anos a tirar partido das suas conversas em família, quiçá com este fito, quem sabe. Todos os outros que se lhe opuseram nem de longe nem de perto tiveram as mesmas oportunidades.
A culpa nem é sua, como também não foi com a eleição de Cavaco Silva. Ninguém tem culpa que os portugueses se desinteressem desta votação que, pensam eles, não tem significado nenhum. Acho que estão enganados mas isso pouco lhes importa. Tanto lhes faz ter  um professor/comentador como Presidente da República ou um qualquer calceteiro sem desprimor da actividade (muito digna) de um Tino de Rãns que até teve um resultado muito interessante. Vejam bem, quando um povo deixa nas urnas o seu sentido de voto desta maneira, acho que está tudo dito.
Continuo a não ter um presidente que foi eleito com o meu voto mas é o meu Presidente. PARABÉNS PROFESSOR MARCELO, espero que saiba dignificar o lugar e apresentar-se equidistante de todos os quadrantes políticos, sem perder de vista os verdadeiros interesses dos portugueses, não de alguns portugueses.

António Inglês

AMIGOS







Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora para consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direcção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Machado de Assis

Foto da Net

António Inglês

BAÚ DE MEMÓRIAS DE UM TEMPO QUE PASSOU





Há muitos anos atrás, um malandreco de um cachopo, traquina e travesso, levou os pais a tomarem a decisão de o colocarem como aluno-interno num Colégio perto de Lisboa, propriedade de um Padre irmão de uma vizinha dos pais do dito.
A rebeldia e a brincadeira fizeram com que estas duas almas se deixassem influenciar pelos conselhos da tal vizinha, irmã do Padre e lá foram eles até Benavente, terra onde o Colégio tinha as suas instalações.
Antigamente, as vizinhas passavam os dias em casa pois na sua maioria eram os homens que ganhavam o sustento para a vida. Em Lisboa não fugiam à regra. Era frequente vê-las em amena cavaqueira no intervalo das lides da casa. Os patamares das escadas serviam de autênticas salas de convívio diário. 
As portas da escada de serviço estavam quase sempre abertas e o tal traquina corria sem parar de casa em casa. Ora cá ora lá, passava muito do seu tempo na casa da Dona Carmen, uma velhota simpática e viúva que vivia com duas filhas e um filho, todos solteiros, na casa ao lado da dos pais.
Várias foram as vezes que Dona Carmen e a filha mais nova, a Mariazinha, salvaram o malandreco de uns tabefes bem assentes que o pai, qual patriarca, lhe fazia chegar ao pêlo sempre que ele se portava mal.
Nunca foi muito malandro, mas traquina sim. Irrequieto e cheio de vida chegou um dia a ir passear com os outros miúdos da Praça onde viviam, logo que chegou do Colégio onde estudava, trazido pelo transporte do estabelecimento de ensino. Tinha seis anos na altura e regressou três horas depois da habitual, em que a mãe o esperava na varanda de casa, sempre atenta. 
Naquele dia, uma pequena obrigação caseira, levou a que a Dona Maria, a mãe, se atrasasse no seu ponto de vigília.
Foram enormes os “aplausos” que recebeu quando chegou da aventura, e não fora a pronta intervenção das vizinhas e teria levado uma boa sova naquele dia, bem aplaudida.
Esta e outras travessuras, foram-se acumulando ao longo dos anos, e a vida comunitária que levavam as famílias de então permitia-lhes fazer algumas confissões das suas vidas privadas, e foi assim que a tal irmã do Padre Fernandes ( figura severa e agressiva), influenciou os pais do nosso amigo a interná-lo no Colégio Nossa Senhora da Paz, propriedade do seu irmão.
“Agora é que ele iria ver como as coisas lhe mordiam. Horários e rigor não lhe fariam nada mal e o rapaz tinha de aprender a ser um homem”.
Convém aqui dizer, que a Dona Maria, mesmo em casa, ia fazendo “enchumaços” que o pai do nosso herói vendia aos seus clientes. Era uma ajuda importante para o orçamento familiar. Tempos difíceis aqueles!
Mas voltemos ao malandreco. Lá foi para aluno interno daquele que seria o seu paradouro durante três maravilhosos anos.Nunca até ali, o rapazola tinha tido tanta liberdade na vida. É que os edifícios da referida Escola, eram espalhados pela Vila e assim os alunos iam passeando entre as aulas e as aulas de estudo que lhes eram impostas. Pensionato num lado, Refeitório noutro e Escola em outro local ainda, iam dando asas à liberdade nunca antes gozada.
Para lá da brutalidade que o seu proprietário utilizava para com os alunos sempre que para isso era solicitado pelos professores da escola, foram realmente anos bem passados pois o resto compensava as amarguras dos bofetões dados pelas mãos enormes do Padre que mais pareciam luvas, de grossas e enormes que eram. 
Um ou outro professor também não deixava os seus créditos por mãos alheias e a “menina dos cinco olhos” trabalhava uma vez por outra.
O nosso campeão, utilizava tudo o que estava ao seu alcance para se ausentar devidamente autorizado. Bastou-lhe aperceber-se de que entrando para diversas actividades exteriores ao Colégio, isso lhe dava o direito de andar sempre na rua em reuniões, treinos ou visitas.
Era uma escola razoavelmente bonita que nunca saiu da cabeça do Tó, diminutivo por que era conhecido. Regras e mais regras eram a regra do colégio.
Quando se portavam mal os alunos internos, sofriam o castigo de não ir a casa no fim de semana seguinte, com alguns bofetões à mistura.
Numa longa e atribulada noite, uma das muitas guerras de travesseiros instalou-se entre as camaratas do Pensionato, actividade normal entre alunos internos de colégios. Uma guerra divertida que normalmente acontecia antes das férias ou de grandes fins de semana. Naquele, o Perfeito, que servia de guardião da rapaziada e no Pensionato dormia também, resolveu acordar e procurar os nomes de todos os intervenientes na contenda.
O nosso valente, que tinha entrado na luta à força e numa altura em que estando nu não tivera tempo de vestir o pijama, não se fez rogado e lutou enquanto teve forças, tal como Deus o trouxera à terra.
Como já era namoradeiro e estavam em vésperas das férias de Carnaval, tinha em Lisboa à sua espera uma festa em casa da namorada da altura.
Temendo o pior, e não podendo perder o fim de semana, resolveu saltar assim mesmo como estava, para o telhado do Pensionato, onde esteve ao frio cercade duas longas horas, por detrás das águas furtadas por onde saíra, na esperança que o Perfeito se deitasse e não tomasse nota do seu nome, para que o fim de semana não fosse estragado.
Qual quê! O malandro do José António, o Perfeito, esperou calmamente o seu regresso à cama, e foi dar-lhe conhecimento de que constava da lista dos mais activos. Bufos? Nunca se chegou a saber.
Claro que o castigo não se fez esperar. O severo Padre Fernandes foi pessoalmente comunicar a todos que as férias iriam ser passadas no colégio e com aulas de estudo. Foi a bomba atómica que caíra sobre as cabeças de todos.
No dia seguinte, esquecendo o castigo e respondendo aos apelos do coração, o personagem desta história, bem escondido, meteu-se na camioneta para Lisboa e não fora a rápida correria de um tio na perseguição da referida que veio a interceptar já no Porto Alto, e talvez tivesse sido convidado a sair do Colégio.
Na tarde do primeiro dia do castigo, o tal Padre Fernandes, de coração amolecido acabou por perdoar a todos e as férias lá se cumpriram, tendo o nosso protagonista feito o gostinho ao desejo e esteve na festa de Carnaval tão minuciosamente preparada por causa dele.
Coisas do baú de memórias de um traquinas, mas bom rapaz, hoje pai e avô bem mais calmo. 

António Inglês

Dezembro 19, 2007 

sábado, 23 de janeiro de 2016

Você sabia que em 5 mil anos o genoma humano mudou 7%?



A evolução do genoma humano é cercada de mistérios e perguntas sem respostas a respeito do nosso código genético. Nos últimos anos, os pesquisadores têm tentado aprofundar os estudos e pesquisas sobre a genética, a fim de descobrir a ligação entre as evoluções do genoma e as doenças e características físicas dos seres humanos.

Depois da conclusão do Projeto Genoma Humano, pesquisa colaborativa, desenvolvida por pesquisadores de vários países, algumas questões sobre o código genético humano ficaram abertas, sem uma resposta definitiva dentro do mapeamento. É importante dizer que o Projeto Genoma começou a ser realizado em 1990 e foi concluído em 2003. De lá para cá, muitos outros esforços foram feitos no intuito de avançar os conhecimentos sobre a genética.


Evolução acelerada?


Existem esforços internacionais para compreender os segredos do genoma humano, alguns cientistas afirmam que a genética vem passando por uma evolução rápida, cerca de 100 vezes mais veloz que em qualquer outro período na história humana. Um destes pesquisadores é John Hawks, que acredita que o genoma humano mudou 7%, equivalente a uma alteração de 1,8 mil genes, indicando uma alteração esquelética importante, tudo isso acontecendo nos últimos 5 mil anos.

Alguns estudos comprovam que diversas peças de DNA permanecem intactas por muito tempo, graças à preservação provocada pela seleção natural. Para John Hawks, professor adjunto de antropologia da Universidade de Wisconsin-Madison, a evolução humana só realmente acelerou na história recente.

As principais mudanças genéticas estão relacionadas ao nosso tamanho, ficamos menores, com dentes menores e com cérebros menores. Visto como um "relaxamento seletivo", indica que o tamanho nem a força seriam mais tão importantes para a sobrevivência. Para o cientista, o próximo fator seletivo para alteração genética estaria relacionada à resistência a doenças, como vivemos em comunidades cada vez maiores, os padrões de mortalidade relacionados à doenças epidêmicas aumentou muito, desencadeando um fator chave para a evolução.

Hawks acredita que a genética mitocondrial dos humanos contemporâneos é resultado, em partes, da selecção natural do DNA em factores metabólicos. Em sua página na internet, chamada de “John Hawks Weblog”, o cientista fala sobre uma pesquisa actual que discute o significado e as implicações de fósseis descobertos relacionados à evolução humana, a genética e genômica de populações de hominídeos. Ele também faz um comentário geral sobre a literatura científica e popular . Hawks é um dos principais nomes mundiais em conhecimentos sobre a genética humana.

Rafael Bordalo Pinheiro


A 23 de Janeiro de 1905, morre Rafael Bordalo Pinheiro, desenhador e ceramista português. Foi o criador da figura do Zé Povinho.

Bordalo Pinheiro foi um artista português, de obra vasta dispersa por largas dezenas de livros e publicações, precursor do cartaz artístico em Portugal, desenhadoraguarelista,ilustradordecoradorcaricaturista político e social, jornalistaceramista e professor. O seu nome está intimamente ligado à caricatura portuguesa, à qual deu um grande impulso, imprimindo-lhe um estilo próprio que a levou a uma qualidade nunca antes atingida. É o autor da representação popular do Zé Povinho, que se veio a tornar num símbolo do povo português. Entre seus irmãos estava o pintor Columbano Bordalo Pinheiro.
Museu Rafael Bordalo Pinheiro, em Lisboa reúne parte significativa da sua obra.
Nascido Rafael Augusto Prostes Bordalo Pinheiro , filho de Manuel Maria Bordalo Pinheiro e D. Maria Augusta do Ó Carvalho Prostes, em família de artistas, cedo ganhou o gosto pelas artes. Em 1860 inscreveu-se no Conservatório e posteriormente matriculou-se sucessivamente na Academia de Belas Artes (desenho de arquitectura civil, desenho antigo e modelo vivo), no Curso Superior de Letras e na Escola de Arte Dramática, para logo de seguida desistir. Estreou-se no Teatro Garrett embora nunca tenha vindo a fazer carreira como actor.
Em 1863, o pai arranjou-lhe um lugar na Câmara dos Pares, onde acabou por descobrir a sua verdadeira vocação, motivado pelas intrigas políticas dos bastidores.
Desposou Elvira Ferreira de Almeida em 1866 e no ano seguinte nasceu o seu filho Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro.
Começou por tentar ganhar a vida como artista plástico com composições realistas, apresentando pela primeira vez trabalhos seus em 1868, na exposição promovida pela Sociedade Promotora de Belas-Artes, onde apresentou oito aguarelas inspiradas nos costumes e tipos populares, com preferência pelos campinos de trajes vistosos. Em 1871 recebeu um prémio na Exposição Internacional de Madrid. Paralelamente foi desenvolvendo a sua faceta de caricaturista, ilustrador e decorador.
Em 1875 criou a figura do Zé Povinho, publicada n'A Lanterna Mágica. Nesse mesmo ano, partiu para o Brasil onde colaborou em alguns jornais e enviava a sua colaboração para Lisboa, voltando a Portugal em 1879, tendo lançado O António Maria. Experimentou trabalhar o barro em 1885 e começou a produção de louça artística na Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha.
Faleceu a 23 de Janeiro de 1905 em Lisboa, no nº 28 da rua da Abegoaria (actual Largo Raphael Bordallo-Pinheiro), no Chiado, freguesia do Sacramento, em Lisboa. Teve funeral católico, no qual participaram várias dezenas de pessoas, incluindo políticos de destaque. Destacou-se a oração fúnebre do jovem médico António José de Almeida. Segundo José-Augusto França foi esta até então a maior consagração pública prestada a um artista plástico em Portugal.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

BIRMÂNIA




Rangum (Yagon) - Lago kandawgyi - Karaweik Hall

NESTE MESMO DIA 22 DE JANEIRO DE 1972, NASCE UMA NOVA POTÊNCIA






A 22 de Janeiro de 1972, a Dinamarca, Irlanda, Noruega e Reino Unido assinam os Tratados de Adesão às Comunidades Europeias. O Diário de Lisboa desse dia escreve: «Uma nova potência nasce hoje, às 4 da tarde, em Bruxelas. É a comunidade dos 10, o mercado comum alargado».

CINEMA PARA IDOSOS




Caros amigos


O Agrupamento de Escolas Sidónio Pais, convida a assistir ao filme O CIRCO de Charlie Chaplin na próxima 4ª feira dia 27 de Janeiro de 2016, pelas 14,00h no Auditório da Biblioteca de Escola Básica e Secundária de Vilarelho/Caminha.

Saudações universitárias


A DIRECÇÃO

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

ASSALTO AO SANTA MARIA



1961 - Assalto ao Santa Maria

Na madrugada de 22 de Janeiro de 1961, o paquete Santa Maria, da Companhia Nacional de Navegação, quando navegava em águas internacionais das Caraíbas, é tomado de assalto por um comando do Directório Revolucionário Ibérico de Libertação. Esta operação, capitaneada por Henrique Galvão, delegado plenipotenciário do general Humberto Delgado, pretendia ser um rastilho para um levantamento insurreccional contra as ditaduras ibéricas de Salazar e Franco. Apenas a 24 de Janeiro, os jornais portugueses, condicionados pela censura prévia, referenciaram este assalto.

A 22 DE JANEIRO DE 1788 FALECIA LORD BYRON





1788 - Lord George Byron      Faleceu a 19 de Abril de 1824


A 22 de Janeiro de 1788, nasce Lord George Byron, poeta romântico inglês que se deixou encantar por Sintra, durante a sua passagem por Portugal.

A 21 DE JANEIRO DE 1961 MORRE JOÃO VILLARET





Morte de João Villaret      Nasceu a 10 de Maio de 1913

A 21 de Janeiro de 1961, morre, em Lisboa, João Henrique Pereira Villaret, actor, encenador e declamador português. Artistas e intelectuais desfilaram perante a urna com os restos mortais de João Villaret e milhares de pessoas estiveram presentes no seu funeral, numa impressionante manifestação de pesar.

MASSACRE VII





 7 -Domingo sangrento de São Petersburgo


Uma manifestação pacífica liderada pelo padre ortodoxo Gregório Gapone objetivava entregar uma petição assinada por 135 mil trabalhadores protestando alguns direitos básicos.
Ela foi encaminhada ao Palácio de Inverno do czar Nicolau II, em São Petesburgo. Devido ao grande número de trabalhadores concentrados, a guarda cossaca do czar pediu para que eles se afastassem, a multidão não se dispersou e mais de mil manifestantes desarmados foram mortos.

MASSACRES DA HISTÓRIA VI





6 – Massacre de Virginia Tech (2007)


O estudante coreano Cho Seung-Hui, de 23 anos, atirou em 32 pessoas na Universidade Virginia Tech, nos Estados Unidos. O massacre ocorreu em abril de 2007 e logo que ele atirou nos colegas, se suicidou. Ele  se dirigiu até os alojamentos dos estudantes, o West Ambler Johnston Residence e chegou matando duas pessoas inicialmente.

MASSACRES DA HISTÓRIA V





5 – Fort Hood (2009)


Um psiquiatra do exército abriu fogo e matou 12 pessoas e feriu outras 30 em Fort Hood. Identificado como Maj. Nidal Malik Hasan, o atirador foi capturado vivo,ainda, e em condição vital estável. O suspeito havia sido baleado quatro vezes.

MASSACRES DA HISTÓRIA IV




4 – Massacre  em Aurora (2012)


Um atirador usando uma máscara de gás matou 12 pessoas e deixou outras 59 feridas depois de lançar um gás não identificado e um cinema cheio na cidade americana de Aurora, no Estado do Colorado. O nome do suspeito era James Holmes.

MASSACRES DA HISTÓRIA III



3 – Massacre na escola Sandy Hook (EUA)


Um atirador chamado Adam Lanza(20 anos) matou 26 pessoas (20 crianças de 6 a 7 anos e 6 adultos) na escola de Sandy Hook, em Newtown. Ele entrou armado na escola e atirou em funcionários, alunos e professores, mas logo em seguida se suicidou. Antes de chegar ao recinto e cometer o massacre, ele havia matado a mãe em sua casa.

MASSACRES DA HISTÓRIA II




2 – Massacre na escola de Peshawar, Taliban


Seis combatentes do Movimento dos Taliban do Paquistão mataram mais de 140 pessoas (entre crianças e adolescentes de 12 a 16 anos de idade) foram mortos no auditório da escola da cidade paquistanesa de Peshawar. Eles entraram de sala em sala e abriram fogo contra alunos e professores.

MASSACRES DA HISTÓRIA I





1 – O massacre em Umpqua Community College


Um massacre cometido por um atirador da Umpqua Community College, uma faculdade comunitária no estado de Oregon, nos Estados Unidos.
De acordo com publicações do jornal “The New York Times” e as redes de TV NBC News e CBS News, o atirador seria Chris Harper Mercer, de 26 anos. 10 pessoas morreram e outras sete ficaram feridas, nas quais três delas ficaram em estado crítico. Segundo o xerife do condado de Douglas, John Hanlin, houve troca de tiros e o atirador acabou por morrer.

DE REGRESSO

REGRESSO




Ao fim de alguns anos, regresso aos blogs farto da "calhandrice" do facebook. Por estas bandas, os artigos e as postagens são mais pessoais e mais verdadeiros. Ficam de lado as Partilhas, a devassa que nos entra pela casa dentro sem pedir licença nem tem vergonha.
A interacção num Blog é muito menor e com uma clientela mais refinada. Talvez eu até pudesse controlar melhor todos aqueles que de uma forma ou de outra me visitavam, talvez. Mas nunca o soube fazer e deixei passar o tempo. Deixei de ser original e passei a ser um repassador das postagens dos outros.
Agora meus amigos, vou voltar a pensar, a deixar-me de partilhas fáceis sem imaginação e sem conteúdo. Volto a ser EU.