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Terreiro de Caminha

domingo, 24 de janeiro de 2016

NOVO PRESIDENTE DA REPÚBLICA PORTUGUESA








ROMEIRO ROMEIRO, QUEM ÉS TU?

NINGUÉM! 

Exactamente, ninguém e é nessa qualidade que aqui me apresento a deixar os meus parabéns pela eleição para Presidente da República Portuguesa ao Professor Marcelo Rebelo de Sousa.
Dirijo-me a si Professor Marcelo, para lhe dizer muito claramente que não foi com o meu voto que foi eleito, mas se a maioria dos portugueses que votaram o elegeu, então só tenho de respeitar essa decisão e aceitá-lo como Presidente da República.
Durante muitos anos habituei-me a vê-lo no ecrã, saltitando de umas televisões para as outras, na qualidade de comentador, sempre com aquela sua calma e com o traquejo de um professor habituado a falar e a comunicar com seus alunos. Os muitos anos que por lá andou ajudaram também a essa performance invejável de comunicar e cativar muitos portugueses.
Nos primeiros anos, confesso que me apaixonou essa sua forma de me entrar em casa, mas os tempos mostraram-me que afinal ela não era tão eloquente que me fizesse continuar a gostar de o ouvir.
As suas opiniões, sempre na ponta da língua, com leituras fáceis de derivar quer para a esquerda quer para a direita, sempre conhecedor de tudo e todos os temas, cansou-me. Foi por isso, que deixei de o ouvir e invariavelmente mudava de canal sempre que por lá o encontrava.
Os livros, Professor, os livros, aqueles que o senhor passou a apresentar de cada vez que nos entrava casa, esses percebo hoje que afinal eram dos seus amigos, ou dos seus conhecidos e bem senti isso na pele. Custou-nos cinco exemplares mas mesmo assim nunca apareceram. E eram obra de muitos e muitos cidadãos que com sacrifício se empenharam para que fosse editado. E pediram-lhe ajuda, pediram-lhe para que o tornasse ainda mais conhecido que a obra merecia. Em vão. Todos nos esquecemos que não éramos seus amigos, nem consigo privávamos de perto, nem tínhamos interesses comuns.
Foi apenas mais uma forma de me convencer que o sr. Professor não me servia para Presidente da República. Mas a vida não decorre de factos que rodeiam a minha vida, decorre dos factos que decorrem na vida de todos os cidadãos. E se eles o elegeram, então a partir de hoje, o senhor é o meu Presidente.
Não acredito na verdadeira matriz desta vitória, desde logo porque o Professor andou anos a tirar partido das suas conversas em família, quiçá com este fito, quem sabe. Todos os outros que se lhe opuseram nem de longe nem de perto tiveram as mesmas oportunidades.
A culpa nem é sua, como também não foi com a eleição de Cavaco Silva. Ninguém tem culpa que os portugueses se desinteressem desta votação que, pensam eles, não tem significado nenhum. Acho que estão enganados mas isso pouco lhes importa. Tanto lhes faz ter  um professor/comentador como Presidente da República ou um qualquer calceteiro sem desprimor da actividade (muito digna) de um Tino de Rãns que até teve um resultado muito interessante. Vejam bem, quando um povo deixa nas urnas o seu sentido de voto desta maneira, acho que está tudo dito.
Continuo a não ter um presidente que foi eleito com o meu voto mas é o meu Presidente. PARABÉNS PROFESSOR MARCELO, espero que saiba dignificar o lugar e apresentar-se equidistante de todos os quadrantes políticos, sem perder de vista os verdadeiros interesses dos portugueses, não de alguns portugueses.

António Inglês

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