ABRAM A JANELA. QUERO VER O MAR!
De férias pelo Alto Minho, nessa lindíssima região que tanto fascínio me provoca, deixei-me levar durante alguns minutos (muitos) pela saudade.
De olhos postos no mar de Afife, não foi fácil arrancar-me dali porque a memória se agarrou àquela areia.
A alma ficou-me enfeitiçada pelo rebentar das ondas, que meigamente abraçam os rochedos e os sentidos rendidos ao aroma que o sargaço teima em me oferecer.
Recuei no tempo e fiquei paralisado de olhos fixos no MAR cujo efeito hipnotizador me permite viajar pelo tempo em poucos segundos.
Ao contemplar a saudosa imaginação por entre as dunas de Afife, percebi que o meu destino está definitivamente ligado ao mar. Não a um mar qualquer, mas àquele mar da minha praia de menino onde tantas aventuras, tantas promessas, tantas paixões marcaram a sua época.
Quando a hora chegar, quero dizer o mesmo que Rosália de Castro disse ao ver a morte aproximar-se:
“ABRAM A JANELA. QUERO VER O MAR!”
António Inglês
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